O quê? Tu não tens Facebook?

Existe neste mundo um tipo chamado Mark Zuckerberg , um ex-estudante da Universidade Harvard, que com a ajuda de uns amigos, num belo dia 4 de Fevereiro de 2004 decidiu criar um grupo para os estudantes de Harvard e deu-lhe o nome de Facebook.. À partida, na sua básica definição, seria um simples site de relacionamento social de acesso gratuito. O que Mark não sabia é que à medida que fosse alargando a rede a outras universidades e empresas, acabaria por 6 anos mais tarde juntar mais de 120 MILHÕES de usuários activos, e não é só, publicam-se cerca de 60 milhões de fotografias por semana no facebook, mais ainda que o Flickr que é um site dedicado à fotografia. É apenas o 2º site mais visitado da WEB. Conclusão: o Mark e amigos estão ricos
O que se assiste hoje em dia é um fenómeno social ao mais alto nível. Senão vejamos. No meu caso eu tenho 450 “amigos” no facebook, a família, os amigos mais íntimos, os do trabalho, os da faculdade, os católicos, os ateus, os benfiquistas, os sportinguistas, os que vi uma vez na vida, e os que vejo todos os dias, os que me deram papa cerelac na boca e os que eu própria dei, até a minha querida avó é minha amiga no facebook! Portanto está visto que é um site sem restrições de idades, tirando é claro crianças com menos de 13 anos (ou pelo menos deveria ser sendo que nem sempre o é!). Eu tenho esses 450 amigos mas cada amigo meu tem os seus “450 amigos” e o amigo do amigo, outros “450” tudo isto para dizer que se eu for amiga, do amigo, do amigo, do amigo e por aí fora….significa que sou amiga do Mark Zuckerberg que fundou isto! Não é fantástico?
Continuando o raciocínio, além de ter 120 Milhões de “amigos” todos os dias me chegam convites para grupos dos mais variados temas, ou para ser fã de uma banda conhecida ou desconhecida, ou para promover uma marca, ou o grupo da faculdade, o grupo da paróquia, o grupo daquela viagem que fiz com umas amigas, entre outros. Mas há um tipo de grupos que eu adoro e que costumo chamar grupos “só porque sim”, que no fundo são grupos onde o único conteúdo é o título do próprio grupo dos quais destaco por exemplo o grupo «Quanda a mãe chama, digo "Já Vou" e a mãe diz "Não é já vou, é já!"» ou então «odeio andar n rua e levar com aquelas gotas gordas dos ares-condicionados». Estes pensamentos unem as pessoas, são grupos de pessoas que concordam com o título, além disso é cool ter este género de informação no perfil.
Avançando na história parece-me uma boa altura para falar na troca de mimos que existe. O facebook dá-me a possibilidade de mandar abraços e beijinhos e emoticons com sorrisos para quem eu quiser e ter o consolo de receber em troca e é um circulo vicioso toma lá uma beijoca venha de lá uma abraço, até já me ofereceram bebidas que se eu consumir de mais o Facebook informa-me que já estou com os copos. Esta deveria ser uma aplicação que devia ser utilizada com moderação, para não acontecer o que aconteceu comigo no outro dia que às 9h da manhã acordei liguei o facebook e tinha um cocktail, uma Margarita e 3 jolas aceitei aquilo tudo porque me irritam cenas pendentes e dei por mim estava em coma alcoólico virtual às 9h da matina. No mesmo dia tinha um aviso no meu mural a dizer que alguém me tinha vendido virtualmente por um balúrdio de dinheiro…deve ter sido dos copos que tinha em cima.
A dada altura da minha vida facebookiana achei que seria interessante fazer uma quinta minha de raiz. Uma das primeiras era a My farm. Trocavam-se árvores de fruto e animais entre amigos e lá se ia ganhando uns trocos. Depois veio a farmville e a farmtown, isso já mete malta do mundo inteiro e mercados e contratações para trabalhar nas quintas uns dos outros. Também bastante engraçado, é um jogo como outro qualquer. Mandam-se laranjeiras e vacas para um amigo, cabras e tomates para outro, é um bombardear de coisas rurais para a esquerda e para a direita. Foi engraçado mas não durei muito tempo nessa vida, eu sou uma pessoa doente e com Hérnias discais e o meu médico disse que eu nem sentada no tractor podia fazer esforços e foi assim que mandei as quintas à fava, tanto quanto sei a minha mãe passa por lá de vez em quando a regar umas roseiras que eu lá deixei. Todos os dias na minha página principal tenho a possibilidade de saber quantos coins têm os meus amigos, que novas tecnologias compraram, entre outras informações.
Há uma funcionalidade bastante interessante chamada “TAG” que por vezes é como quem diz “apanhei-te”. No outro dia fui sair á noite, e a amiga da prima da minha amiga tirou uma fotografia que noutros tempos seria igual ao litro a menos que fosse para a Central Faces seria difícil eu ter acesso à fotografia. E não é que o irmão de um amigo meu que é amigo da amiga, da prima, da amiga que me conhece me viu e pimba vá de “TAG” e a fotografia aparece no mural. O pior é que estava com cara de parva. É muito raro, fotografias dentro de discotecas às tantas da manhã saírem bem pelas razões óbvias….mas mesmo assim insistem em “lixar” ou “TAGAR” a malta. Mas é um instrumento na maioria das vezes de grande utilidade.
Existem ainda aplicações do tipo questionário algumas com perguntas INACREDITÁVEIS! Mas sobre esta matéria nem me vou pronunciar muito. Existem muitas aplicações deste tipo muito engraçadas outras nem tanto, depende de quem as faz está claro.
Um outro tipo de aplicação que gosto bastante é a “photo of the day”, “frases Nicola”, etc. Toda a gente sabe que se a frase não agrada faz-se refresh na página quantas vezes forem necessárias até a frase encaixar como se tivesse calhado de propósito.
Podia continuar aqui a falar das funções todas desta rede social que é o BOOM cibernético do Séc. XXI, mas penso que esta pequena amostra serve para tirar umas conclusões engraçadas. Primeiro que tudo, o facebook não é um simples site de internet. O facebook é tema de café, de conversas na rua, em casa, na escola, no trabalho, em todo o lado. Quantas vezes eu não ouvi já num café “Bem, tu não tas a ver quem me adicionou no facebook”, ou “Tu viste bem a fotografia que ela tem no mural? Perdeu a cabeça só pode”, ou até mesmo “ Olha lá eu estou farta de te mandar cavalos brancos e pretos e tu nem uma florzinha me dás? Assim a minha quinta não cresce!”. Mas o facebook também é uma ferramenta de reconhecimento de pessoas. Quem é que nunca, em dada altura, não fez algo do género: “Olha no outro dia estive com aquele tipo que joga rugby amigo daquele que ainda no outro dia estava contigo? Não estás a ver quem é? Estás à frente do computador, vê aí no face.”Ou então alguém pergunta: “o que é que tas a fazer?” ao que outro alguém responde: “estou no computador a apanhar tomate e tu?” “ ai eu vim regar as flores da outra”. Tudo isto já se tornou parte da vida das pessoas. Não se vive sem o facebook, para uns é um vício, para outros uma óptima companhia, para outros um sítio de passagem, para outros uma fonte inesgotável de fofocas, … o que é certo é que é já um hobby da sociedade que muita gente tem
Eu vejo o Facebook um bocadinho como os canivetes Suíços que têm tudo só falta estrelarem ovos e bater claras em castelo. Contudo, apesar do canivete suíço ser uma ferramenta absolutamente fantástica e multifuncional, não nos podemos esquecer que o canivete tem objectos pontiagudos.
Tudo isto para dizer que eu gosto bastante do Facebook, vejo as fotografias dos meus amigos, as minhas, faço uns comentários e troco umas ideias com as maltas, já me deu para rir e também já me deu para chorar, mas (em tudo na vida à sempre um “mas”) confesso que me assusta por vezes a influência que isto pode ter na sociedade.

saudações facebookianas
Pipa Grilo